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Processionária ou lagarta do pinheiro

Lagarta do Pinheiro

A processionária ou lagarta do pinheiro (Thaumetopoea pityocampa Schiff.) é o principal inseto desfolhador dos pinheiros e cedros em Portugal e o seu nome advém-lhe do facto de constituir longas procissões de lagartas que se dirigem das árvores para o solo, onde irão crisalidar.

 

Nos últimos anos têm-se observado ataques de elevada intensidade desta praga, facto que se atribui principalmente às alterações climáticas verificadas.

 

Em ambiente urbano, este inseto impõe uma vigilância constante e combate urgente e atempado, sobretudo em caso de ataques severos e sucessivos, dadas as consequências que podem trazer em termos de saúde pública: as lagartas libertam milhares de pêlos urticantes que se espalham pelo ar, podendo causar graves reações alérgicas no Homem e animais e, em casos extremos, a morte.

 

Em todo o caso, a solução não residirá, nunca, no abate das árvores infestadas, tanto mais que se dispõe de uma série de medidas alternativas de controlo deste inseto!

 

Prevenir

Se na sua escola ou à volta da sua casa, os pinheiros têm ou suspeita que tenham a lagarta do pinheiro, poderá realizar as seguintes medidas preventivas:

 

  • Em meados de Setembro e em Outubro: TRATAMENTO MICROBIOLÓGICO
  • Inseticida microbiológico à base de Bacillus thuringiensis, com grande interesse de aplicação: provoca a infeção das lagartas que morrem devido à ação de toxinas bacterianas inseticidas. Consiste na aplicação de substâncias à base de Bacillus thuringiensis, enquanto o inseto se mantiver no estado de ovo ou no primeiro a segundo instar de desenvolvimento (quando as maiores lagartas da colónia tenham cerca de 8-0mm de comprimento). A aplicação deste tratamento poderá ser realizada por pulverização que possibilitem o tratamento da copa das árvores.

(ou)

  • Diflubenzurão – inseticida inibidor do crescimento, por impedir a síntese da quitina (substância que reveste o corpo dos insetos) durante o processo da muda. Baseiam-se na utilização de inseticidas à base de diflubenzurão, pertencentes ao grupo dos reguladores de crescimento de insetos, permite uma aplicação um pouco mais tarde no desenvolvimento dos insetos, podendo ser aplicada em finais de outubro inícios de novembro. No entanto, não devemos esquecer, que esta substância apenas é eficaz nos primeiros instares de desenvolvimento das lagartas, uma vez que atua sobre a formação de Quitina.
  • Só podem ser aplicados inseticidas aprovados pela DGAV.

 

  • De Novembro a fins de Maio: TRATAMENTO MECÂNICO
  • Destruição mecânica do ninho – após a remoção, o ninho deve ser queimado ou deitado no lixo em saco bem fechado;
  • Podem colocar-se cintas de papel ou plástico embebido nas duas faces com cola inodora à base de poli-isolbutadieno, à volta da árvore para que as lagartas ao descerem do tronco fiquem aí coladas; não é um método totalmente eficaz porque as primeiras lagartas ficam retidas mas as seguintes passam-lhes por cima e continuam as procissões;
  • No solo, podem juntar-se com auxílio de um utensílio, com cuidado para que não se “levantem” os pêlos urticantes, e queimá-las de seguida; o operador deve estar completamente protegido (óculos, máscara e luvas).
  • Deve-se cavar o solo, se se conseguir identificar os locais de enterramento, de modo a expor as pupas já formadas (ou até mesmo as lagartas que ainda não crisalidaram completamente).

 

  • De Junho a Setembro: Uso de ARMADILHAS
  • Colocação nos pinheiros de armadilhas iscadas com feromonas sexuais, para a captura dos machos (será uma armadilha/hectare em espaço rural e 5 armadilhas/ha em espaço urbano).

        Estas armadilhas comercializam-se em Portugal e não são dispendiosas nem difíceis de utilizar.

  • Captura de lagartas com cintas adesivas.

 

Tratamento Curativo

As “lagartas do pinheiro” têm efeitos nocivos nos humanos, causando-lhes sinais e sintomas de reação alérgica:

  • Urticária: irritações na pele (geralmente ardor, comichão e manchas avermelhadas na pele),
  • Irritações nos olhos (olhos avermelhados, inchados e com comichão),
  • Alterações no aparelho respiratório (dificuldade respiratória).

 

Em caso de aparecimento de sintomas de alergia:

  • Os sintomas geralmente são transitórios (menos de 24 horas);
  • As peças de roupa terão de ser lavadas a altas temperaturas (maior ou igual a 60ºC) porque a proteína dos pêlos urticantes responsável pelas alergias – a taumatopoína – só é desnaturada a partir destas temperaturas. Ou seja, a temperatura de lavagem normalmente usada, os 30 - 40º C não serve: ao vestir a roupa assim lavada corre-se o risco de nova reação alérgica!

 

NOTAS:

  • A lagarta do pinheiro também afeta os animais domésticos, por isso se tiver um animal doméstico e notar alguma alteração (geralmente alteração na coloração da língua) recorra ao veterinário!
  • Os meses de outubro a maio são os que correspondem ao ciclo de vida em anos normais do ponto de visto climático.
  • São, no entanto, possíveis e naturais, algumas flutuações no início e final do período indicado.
  • Os pelos urticantes encontram-se, para além do corpo das lagartas, espalhados pelos ramos e nos ninhos.

 

ATENÇÃO:

Nas escolas e outros locais onde estejam presentes crianças, impedir, sempre que possível, o seu acesso à zona das árvores atacadas sobretudo na altura em que as lagartas descem da árvore.

Ao realizar qualquer dos tratamentos aconselhados, deverá:

  • Usar luvas;
  • Proteger o pescoço;
  • Proteger os olhos, usando óculos apropriados;
  • Usar máscara de proteção no nariz e boca;
  • Seguir as normas de segurança de aplicação constantes nos rótulos de cada produto;
  • Só podem ser aplicados inseticidas aprovados pela DGAV.

 

 Em caso de aparecimento de sintomas de alergia, consulte de imediato o posto médico mais próximo.