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Características Demográficas

O Algarve é desde a década de 70 uma região de forte atracção populacional. Apresenta no entando um grande desequilíbrio na sua distribuição intra-regional, caracterizada por assimetrias de ocupação humana do seu território, que opõem a faixa litoral ao interior serrano e que ainda contrastam com o intermédio barrocal. Em vez de diminuir, esta tendência tem vindo a acentuar-se, ao mesmo tempo que as populações do interior envelhecem e a taxa de natalidade sofre uma quebra acentuada em toda a região.

O crescimento da população da região do Algarve acompanhou, grosso modo, o crescimento do país, tendo-se registado uma redução da sua população entre a década de 50 e os primeiros anos da década de 70, fruto do processo simultâneo de emigração para a Europa e da migração para as áreas metropolitanas. Da mesma forma, viu a sua população aumentar consideravelmente com a chegada de importantes contingentes de habitantes das ex-colónias, a partir de 1974, bem como de outras regiões e do estrangeiro. Para o facto também contribuiu a enorme valorização da actividade turística e a forte atracção a partir dos anos 80. O Concelho de Loulé acolhe cerca de 15% da população algarvia, sendo o primeiro Concelho em termos demográficos. É, no entanto, um dos Concelhos de menor densidade populacional, em virtude do fraco povoamento da área da serra e da sua grande extensão territorial, na faixa interior.

Foi nos anos 30 que este Concelho apresentou o maior volume demográfico, resultado de uma actividade agrícola e piscatória florescente, propícia à fixação da população. Começa a diminuir a partir da década de 40, mais cedo do que no resto da região, atingindo os menores valores nos anos 60, devido essencialmente à saída de indíviduos para o estrangeiro, nomeadamente, para França e para o Canadá. Só a partir dos anos 70 é que vemos a população de novo a aumentar. 

 

A População na Freguesias

Do que foi referido resulta uma diminuição dos quantitativos populacionais das freguesias do interior - Alte e Salir - com um peso significativo nos anos quarenta, em benefício das freguesias urbanas - S.Clemente e S.Sebastião - e litorais - Quarteira e Almancil.As freguesias do norte, Alte, Querença e Ameixial, têm estruturas mais envelhecidas, quer a nível da população jovem, quer a nível da população em idade activa. As freguesias de Almancil, Quarteira e S.Clemente têm uma tipologia completamente diferente: são áreas preferenciais da população jovem, sobretudo a faixa de população em idade activa. Os centros urbanos de maior dinâmica populacional são, por ordem crescente, Vilamoura, Boliqueime, Almancil, Quarteira e Loulé. 

 

Distribuição Espacial da População

De 1940 a 1960, as freguesias do barrocal são aquelas que apresentam as maiores densidades populacionais. Os seus valores variam entre os 150 e os 250 habitantes por km2. A partir de 1970, a distribuição é mais diferenciada. As freguesias de Alte e Querença, que apresentavam uma ocupação que variava entre os 40 e 60 habitantes por km2, diminuem respectivamente para 25 e 29,6 hab/km2.

É a partir de 1981 que se começa a acentuar a diferença de povoamento entre o litoral e o interior, passando o primeiro a ganhar população em detrimento do segundo. São as freguesias de Almancil e Quarteira aquelas que conseguem atrair nesta década maiores quantitativos de população, passando de valores que rondavam os 58,8 e os 96,7 hab/km2 para os 107,5 e os 334,8 hab/km2. Para este aumento, contribuiu naturalmente, o incremento do turismo. Quarteira, típica vila piscatória, torna-se numa grande estação balnear, onde passa a haver condições para a fixação das populações, nomeadamente em actividades ligadas à construção civil, ao turismo e aos serviços. Almancil, junto à EN 125, desenvolveu da mesma forma actividades de apoio ao sector turístico, construção civil, comércio e serviços, reforçando assim a sua importância como local de residência. A freguesia de S.Clemente continua a manter a sua forte atracção, visto ter a cidade de Loulé, sede de Concelho, como pólo dinamizador de área envolvente.

Prevê-se para as próximas décadas que as freguesias de Quarteira e S.Clemente continuem a crescer, uma vez que oferecem muitas actividades de suporte ao bem estar social da população. As freguesias do interior, com a intervenção prevista no âmbito do PDM, deverão manter a população. O Concelho de Loulé apresenta um dinamismo populacional que se prevê vá continuar. O desenvolvimento turístico dos últimos anos, fruto das boas condições climatéricas e de uma satisfatória oferta de bens e serviços, faz deste Concelho não apenas um território de lazer, mas também um território de oportunidades para actividades diversificadas.

Um dos problemas com que o Concelho se depara é o envelhecimento acentuado da população: o grupo etário dos 65 e mais anos, que em 1981 representava 18,2% da população, dez anos depois já atingia 21,4%, residindo na sua maioria nas freguesias da Serra. Em contrapartida, a população em idade activa, dos 20 aos 60 anos, aumentou, o que, se a conjuntura lhe for favorável, poderá constituir um factor de desenvolvimento concelhio.