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Barrocal

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O Barrocal, região situada entre o litoral e a serra algarvia, tem estatuto de Proteção Legal associado à Diretiva Habitats (Sítio de Importância Comunitária; Sítio do Barrocal -PTCON0049). Esta é uma zona composta tanto por terrenos pouco acidentados como por maciços de calcário, ambos revestidos de vegetação arbustiva e arbórea diversificada, de associação mediterrânea. Nas terras argilosas e férteis do Barrocal surgem os pomares mistos de sequeiro, compostos por alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras e oliveiras.

 

No Barrocal conservam-se igualmente muitas espécies de fauna, incluindo uma extensa lista de espécies de avifauna. Entre montes, vales e cursos de água, podem avistar-se várias espécies de aves de rapina como a Águia-cobreira (Circaetus gallicus), migradores estivais como o Papa-figos (Oriolus oriolus), ou mesmo raros passeriformes como a Felosa-real (Sylvia hortensis).

 

No Barrocal do Concelho de Loulé existem ainda duas Áreas Protegidas: a Área de Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena e a Área de Paisagem Protegida Local da Fonte Benémola, ambas com uma rica avifauna. Destaque ainda para outros pontos de interesse como o Alto do Espargal e as Naves do Barão e dos Cordeiros.

 

Altura do ano: durante todo o ano, mas com especial interesse na primavera e na migração outonal.

 

Para saber mais sobre os locais a visitar, visualize o menu abaixo.

 

Para mais informações, consulte o Guia “Observar Aves no Concelho de Loulé - Roteiro Ornitológico”.

  • Baixa de Touriz

    Planície situada na zona de transição entre o Barrocal e a Serra, atravessada por uma pequena ribeira e bordejada por um pinhal bravo, sendo salpicada por oliveiras e figueiras. A avifauna é especialmente interessante ao nível de passeriformes, devido à presença de espécies como a Felosa-do-mato (Sylvia undata) e a Felosa-real (Sylvia hortensis), esta última bastante escassa. O vasto campo de visão neste local permite a observação de algumas aves de rapina, como a Águia-cobreira (Circaetus gallicus) e a Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), ambas nidificantes nas serras circundantes.

  • Espargal

    O Alto do Espargal é uma elevação calcária com 351 m de altura, rodeada pelo vale da Ribeira de Algibre e pela Nave dos Cordeiros, com uma pequena aldeia tradicional no seu cimo. Nesta zona, pode-se contemplar uma vasta paisagem, sendo possível encontrar algumas aves de rapina a caçar, nomeadamente a Águia-cobreira.

     

    Os densos matos, salpicados com pomares de sequeiro, servem de habitat a vários passeriformes, tais como a Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala). 

     

    As cavidades naturais das árvores mais antigas são ocupadas pelo Mocho-galego (Athene noctua) e pelo raro Mocho-de-orelhas (Otus scops), uma das principais atrações desta zona.

  • Nave do Barão

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    A Nave do Barão é um local de grande interesse do ponto de vista geológico. Este polje é a única depressão fechada importante existente no Barrocal Algarvio. O vale guarda ainda um dos pomares de sequeiro mais bem conservados da região. A grande diversidade arborícola, incluindo amendoeiras, alfarrobeiras, figueiras, azinheiras, carvalhos, cria pequenos nichos ecológicos atraindo várias espécies de aves interessantes, como o Mocho-galego (Athene noctua), a Cotovia-de-poupa (Galerida cristata), a Cotovia-pequena (Lullula arborea) e a Pega azul (Cyanopica cyana), residentes comuns. Na Primavera é possível observar o Picanço-barreteiro (Lanius senator) e o Torcicolo (Jynx torquilla), estivais migradores.

  • Nave dos Cordeiros

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    A Nave dos Cordeiros é um vale de forma circular, arborizado com culturas sazonais de fava, melão, melancia e que proporciona bons terrenos de caça para as aves de rapina. Na migração pré–nupcial é possível observar aqui várias as aves em passagem, como por exemplo, a Águia-cobreira (Circaetus gallicus). Outros migradores aparecem nesta paragem na mesma altura, como é o caso do Mocho de Orelhas (Otus scops) e do Noitibó-nuca-vermelha (Caprimulgus ruficollis). É ainda possível encontrar o Andorinhão real (Apus melba), que gosta de procurar locais de nidificação nos afloramentos rochosos da região.

     

    Durante o Inverno podemos destacar a presença do Peneireiro cinzento (Elanus caeruleus). As aves residentes mais interessantes são o Pica-pau-malhado-pequeno (Dendrocopos minor) e a Cotovia-pequena (Lullula arborea).

  • Paisagem Protegida Local da Fonte Benémola

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    A Paisagem Protegida Local da Fonte Benémola é uma área protegida de características únicas situada na fronteira do Barrocal. É um local de rara beleza no barrocal algarvio, que alberga biótopos de grande interesse, tanto do ponto de vista geológico e paisagístico, como em termos da fauna e flora.

     

    A Fonte Benémola é atravessada pela Ribeira da Fonte Benémola (afluente da Ribeira de Algibre), que abastecida por ricas nascentes, permitem que exista água na grande maioria do seu leito durante todo o ano. Esta presença permanente de água resulta na existência de uma vegetação rica e abundante ao longo do curso da ribeira, atraindo uma grande diversidade de espécies faunísticas, especialmente de aves. Existem ainda campos agrícolas tradicionais e as respetivas infraestruturas ligadas à utilização da água.

     

    A comunidade de aves desta zona é bastante rica, expressando--se em mais de 70 espécies. Entre estas salientam-se vários migradores estivais, como o Papa-figos (Oriolus oriolus), o Torcicolo (Jynx torquilla), a Felosa-ibérica (Phylloscopus ibericus), a Felosa-poliglota (Hipolais polyglotta) e a Andorinha-das-pontes (Hirundo daurica). Destacam-se ainda vários residentes, como o Chapim-rabilongo (Aegithalos caudatus), o Chapim-de-crista (Parus cristatus), o Pica-pau-pequeno-malhado (Dendrocopos minor), a Alvéola-cinzenta (Motacilla cinera), o Guarda-rios (Alcedo atthis) e o Melro-azul (Monticola solitarius). Esta zona é ainda área de residência de Bufo-real (Bubo bubo), o principal predador alado da região.

     

    Para ficar a conhecer melhor algumas das espécies de aves da Paisagem Protegida Local da Fonte Benémola, clique aqui.

  • Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena

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    Esta área protegida constitui um magnífico monumento ambiental de grande beleza natural, tanto do ponto de vista geológico como do ponto de vista da biodiversidade. A Rocha da Pena é uma formação calcária rochosa, em forma de cornija, que atinge 479 m no seu ponto mais alto. Ao longo de milhares de anos, a ação da água na rocha calcária provocou fendas e deu origem a grutas, algumas das quais com grandes dimensões.

     

    Localizada numa zona de transição entre o Barrocal e a Serra Algarvia, aqui encontram-se características mediterrâneas e a presença de uma rica e variada flora (500 espécies) e fauna. A nível ornitológico, constitui um ponto de paragem obrigatório, tendo sido já recenseadas neste local mais de 80 espécies de aves, incluindo diversas aves de rapina. Na migração outonal, é possível observar várias destas aves em passagem, nomeadamente a Águia-calçada (Hieraeetus pennatus), a Águia-cobreira (Circaetus gallicus), o Gavião (Accipiter nisus) e já no final de Outubro, o Grifo (Gyps fulvus) que surge normalmente em grandes bandos. Às vezes, com alguma sorte, é ainda possível observar o Abutre-do-egipto (Neophron percnopterus) e Ógea (Falco subbuteo), migradores raros, mas regulares.

     

    O grande maciço calcário que caracteriza esta zona proporciona condições de nidificação a várias aves, como o Melro-azul (Monticola solitarius), o Bufo-real (Bubo bubo) e até a Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), outrora aqui residente.

     

    A subida ao topo da Rocha da Pena dá ainda a oportunidade de observar vários passeriformes residentes como a Felosa-do-mato e a Toutinegra-de-cabeça-preta, e no Inverno, a Ferreirinha-alpina (Prunella collaris) e o Melro-de-peito-branco (Turdus torquatos).Existem também muitas outras espécies como o Abelharuco (Merops apiaster), que escavam o seu ninho nos taludes dos terrenos.