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"A escola primária portuguesa ao serviço do Estado Novo (1933-1955)", por Maria Paula Pereira

Nos anos de vigência da Ditadura Militar e de início do Estado Novo assiste-se ao desmantelamento do demoliberalismo e à instauração de um regime autoritário, antiparlamentar e corporativo, feito à custa de repressão e de concessões às várias fações que apoiaram o Movimento Militar do 28 de maio. A necessidade de legitimação do regime leva a que a História e a nação sejam colocadas ai serviço do projecto politico-ideológico do Estado novo. O princípio do nacionalismo é usado como legitimador do poder político e os discursos ideológicos fornecem a imagem de um sistema unitário e integrador construído em torno da ideia de Nação. A Escola Primária, que se afirma como Portuguesa, encontra-se ao serviço do Estado Novo para formar a consciência nacional. Define-se uma política educativa de cariz autoritário e nacionalista e implementa-se um projeto de educação integral para a formação do homem novo, disciplinado e apto a defender o regime. A concretização deste projecto, junto dos alunos e do meio local, dependerá a adesão do professorado primário, e, por isso, a orientação e controlo dos professores tornar-se-á fundamental para a Administração Escolar.