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"Descobrir uma vila medieval a partir das suas finanças: as potencialidades dos livros de receita e despesa de Loulé (1375-1517)", por Gonçalo Melo da Silva

Nos séculos XIV e XV, em Portugal, o corpo de oficiais concelhios que governava os núcleos urbanos incluía um procurador, a quem cabia representar o concelho nos pleitos judiciais e perante outros poderes, como o da Coroa. O procurador era também responsável pela gestão contabilística do concelho, pela arrecadação das receitas camarárias e pela execução financeira das decisões da vereação. Nesse sentido, o homem que desempenhava o cargo devia manter um registo atualizado de todos os movimentos financeiros, o qual devia ser verificado pela vereação no final do seu mandato e escrutinado pelo corregedor. Atualmente, são raros os livros de receitas e despesas concelhios que se conservam, como os de Loulé. Os registos preservados foram lavrados entre 1375 e 1517, mas apresentam dados relativos a períodos anteriores. Assim, a comunicação pretendeu refletir sobre as limitações e potencialidades desta documentação para o estudo de Loulé e do Algarve.